Olá! Me chamo Pedro Lucas, já participo desse grupo e fico a espreita
ali no canal do IRC.
Devido à uma resolução publicada pelo novo gestor da Serpro (Serviço
Federal de Processamento de Dados), a Resolução GE 016/2020, que
abandona o uso de software livre e padrões abertos na instituição como
uma forma de pressionar a questão da privatização eu e alguns outros
ativistas tomamos a iniciativa de escrever um Manifesto pelo uso de
Software Livre nas Instituições Públicas, que pode ser lido em:
https://softwarelivrenoestado.com.br
Também vale lembrar que o debate está aberto na lista de email pública,
podendo se inscrever apenas mandando um email para
`~porcellis/softwarelivrenoestado+subscribe@lists.sr.ht` para receber
atualizações.
O debate é publico, aberto e livre, assim como o próprio manifesto, que
está sob os termos da licença Creative Commons 4.0 Internacional e o
site sob a GNU GPL 3.0. Quaisquer contribuições podem ser enviadas para
a própria lista, bastando mandar um PATCH com as mudanças.
Tem um pouco mais de instruções de como fazer isso no repositório do
projeto:
https://sr.ht/~porcellis/softwarelivrenoestado
Estamos em um processo de divulgar o manifesto para outros espaços [1] e
tentar que mais pessoas/organizações/cooperativas engajem na divulgação
e assinatura do manifesto [2].
Se vocês puderem assinar, contribuir na divulgação e no debate seria
muito maneiro!
--
[1]: Esse email está em cópia para a lista de email pública do manifesto
[2]: Existe uma discussão aberta sobre como poderia se dar essa
assinatura, que pode ser lida aqui: https://lists.sr.ht/~porcellis/softwarelivrenoestado/%3C20200914210722.GA129569%40porcellis%3E
Obrigado,
Pedro Lucas
Tudo bem, Pedro?
> Devido à uma resolução publicada pelo novo gestor da Serpro (Serviço> Federal de Processamento de Dados), a Resolução GE 016/2020, que> abandona o uso de software livre e padrões abertos na instituição como> uma forma de pressionar a questão da privatização eu e alguns outros> ativistas tomamos a iniciativa de escrever um Manifesto pelo uso de> Software Livre nas Instituições Públicas, que pode ser lido em:> > https://softwarelivrenoestado.com.br
Para que o manifesto seja o mais informacional possível, acho
interessante haverem links para todos os documentos cancelados pela
Resolução GE 016/2020, ou pelo menos os que dizem respeito ao uso e
desenvolvimento de software livre pela Serpro.
Com duas buscas rápidas, não consegui encontrar a Decisão de Diretoria
DE-072/2009 nem a Decisão de Diretoria DE-083/2013.
Vou assumir que ambas determinam a "aquisição", uso e desenvolvimento de
software livre como política obrigatória para a Serpro, o que me leva à
crítica de que as palavras "abandona o uso de software livre e padrões
abertos" sejam, se não enganadoras, incompletas.
"Abandona a obrigatoriedade do uso [...]" me soa melhor, mas mais uma
vez: não consegui achar as decisões sendo canceladas e posso estar
falando besteira.
> como uma forma de pressionar a questão da privatização
O debate sobre ser boa ou não a privatização de empresas estatais (e de
quais) não cabe aqui, e por isso nem vou tocar no assunto, mas como foi
feita a conexão entre a possibilidade de usar software proprietário e
"pressão" para que a Serpro seja privatizada?
Do texto do manifesto, tirado no dia 2020-09-15:
> O Software livre permite que todo o código fonte do programa seja> estudado, permitindo assim que um programador (ou até mesmo o público)> possa verificar se ele funciona da forma que ele diz que funciona.
Apesar de achar que beneficia todo mundo usar software livre, mesmo que
modificações não sejam compartilhadas (desculpa, prefiro a licença BSD à
GPL), acho que o argumento de que o público ou o programador podem
auditar o código é bobagem nesse caso.
Não preciso mencionar o fato de que não sabemos nem temos controle sobre
o que roda nas máquinas dos outros. Para o operador da Serpro, porém: o
real medo é confiar os dados da população brasileira a terceiros. Sendo
assim, digamos que eu procure te vender um programa para extração de uma
certa métrica a partir dos dados que você tem, com o detalhe que você
nunca terá acesso ao código-fonte dele.
"Heh, eu não sei se você está ouvindo minha conversa com minha mãe ao
telefone enquanto rouba os dados na minha mãquina!", você diz. Mas você
é esperto: você roda meu programa em máquinas da sua rede interna,
desconectadas da internet e de quaisquer rotas que encontram seus
potenciais servidores!
Pronto, agora tudo fica na Serpro.
"Mas e quanto à possibilidade de produzirmos software (livre ou não) no
país?", você reitera.
Não vejo nada que impeça outras empresas, mesmo as privadas, de produzir
software (livre ou não). Se é um desejo tão forte assim, que tal
estímulo financeiro para produção de software livre? É uma moção que em
tempos normais eu apoiaria, mas creio que nosso estado já é grande
demais e que isso viria na forma de mais impostos.
Dito isso, espero que seu manifesto, com o apoio das instituições
interessadas, tenha frutos. Qualquer coisa sem consequências negativas
drásticas que espalhe software livre por aí me é interessante.
Não vejo sentido na imposição que seu manifesto propõe, e portanto,
pessoalmente, não o assinarei. Políticas que impeçam confiar os dados da
população a terceiros, no entanto, teriam meio apoio.
spoonm
Olás.
On 09/15, Wilson Marco Sales Moncayo wrote:
> Tudo bem, Pedro?> > > Devido à uma resolução publicada pelo novo gestor da Serpro (Serviço> > Federal de Processamento de Dados), a Resolução GE 016/2020, que> > abandona o uso de software livre e padrões abertos na instituição como> > uma forma de pressionar a questão da privatização eu e alguns outros> > ativistas tomamos a iniciativa de escrever um Manifesto pelo uso de> > Software Livre nas Instituições Públicas, que pode ser lido em:> > > > https://softwarelivrenoestado.com.br> > Para que o manifesto seja o mais informacional possível, acho> interessante haverem links para todos os documentos cancelados pela> Resolução GE 016/2020, ou pelo menos os que dizem respeito ao uso e> desenvolvimento de software livre pela Serpro.> > Com duas buscas rápidas, não consegui encontrar a Decisão de Diretoria> DE-072/2009 nem a Decisão de Diretoria DE-083/2013.> > Vou assumir que ambas determinam a "aquisição", uso e desenvolvimento de> software livre como política obrigatória para a Serpro, o que me leva à> crítica de que as palavras "abandona o uso de software livre e padrões> abertos" sejam, se não enganadoras, incompletas.> > "Abandona a obrigatoriedade do uso [...]" me soa melhor, mas mais uma> vez: não consegui achar as decisões sendo canceladas e posso estar> falando besteira.> > > como uma forma de pressionar a questão da privatização
Eu não vejo como isso pode pressionar a empresa a ser privatizada, e
nem como o Software Livre tem relação com isso.
Empresas privadas não podem usar apenas software livre?
> > O debate sobre ser boa ou não a privatização de empresas estatais (e de> quais) não cabe aqui, e por isso nem vou tocar no assunto, mas como foi> feita a conexão entre a possibilidade de usar software proprietário e> "pressão" para que a Serpro seja privatizada?> > Do texto do manifesto, tirado no dia 2020-09-15:> > > O Software livre permite que todo o código fonte do programa seja> > estudado, permitindo assim que um programador (ou até mesmo o público)> > possa verificar se ele funciona da forma que ele diz que funciona.> > Apesar de achar que beneficia todo mundo usar software livre, mesmo que> modificações não sejam compartilhadas (desculpa, prefiro a licença BSD à> GPL), acho que o argumento de que o público ou o programador podem> auditar o código é bobagem nesse caso.> > Não preciso mencionar o fato de que não sabemos nem temos controle sobre> o que roda nas máquinas dos outros. Para o operador da Serpro, porém: o> real medo é confiar os dados da população brasileira a terceiros. Sendo> assim, digamos que eu procure te vender um programa para extração de uma> certa métrica a partir dos dados que você tem, com o detalhe que você> nunca terá acesso ao código-fonte dele.> > "Heh, eu não sei se você está ouvindo minha conversa com minha mãe ao> telefone enquanto rouba os dados na minha mãquina!", você diz. Mas você> é esperto: você roda meu programa em máquinas da sua rede interna,> desconectadas da internet e de quaisquer rotas que encontram seus> potenciais servidores!> > Pronto, agora tudo fica na Serpro.> > "Mas e quanto à possibilidade de produzirmos software (livre ou não) no> país?", você reitera.> > Não vejo nada que impeça outras empresas, mesmo as privadas, de produzir> software (livre ou não). Se é um desejo tão forte assim, que tal> estímulo financeiro para produção de software livre? É uma moção que em> tempos normais eu apoiaria, mas creio que nosso estado já é grande> demais e que isso viria na forma de mais impostos.> > Dito isso, espero que seu manifesto, com o apoio das instituições> interessadas, tenha frutos. Qualquer coisa sem consequências negativas> drásticas que espalhe software livre por aí me é interessante.> > Não vejo sentido na imposição que seu manifesto propõe, e portanto,> pessoalmente, não o assinarei. Políticas que impeçam confiar os dados da> população a terceiros, no entanto, teriam meio apoio.
Eu ainda destacaria a questão fiscal, pois esse é um discurso muito
recorrente nesse governo (de que não temos dinheiro) e talvez
convença-os. Se não há dinheiro, por que vão aumentar os gastos
comprando software privado, sendo que as alternativas livres são
gratuitas e de excelente qualidade?
Giuliano.
> > spoonm> > -- > Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "FLUSP" dos Grupos do Google.> Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um e-mail para flusp+unsubscribe@googlegroups.com.> Para ver esta discussão na web, acesse https://groups.google.com/d/msgid/flusp/20200915225429.vcpyc6vhwgcta52m%40shiga.sby.